
Se você quer aprender a produzir seu próprio líquido de cannabis para vaporizador, chegou ao lugar certo. Esse produto é conhecido por diversos nomes na comunidade: juice, e-liquid, suco, canna carts ou cartuchos. Independente do nome, o objetivo aqui é o mesmo — te ensinar, de forma prática e segura, como fazer óleo de THC para vape no estilo caseiro.
Ao longo deste guia, você vai encontrar um passo a passo completo, desde os materiais necessários até dicas importantes para obter um produto de qualidade.
🔖 Índice deste Guia:
- ✅ Como Fazer Líquido de Cannabis para Vaporizador
- ✅ Materiais Essenciais para Produzir THC Líquido
- ✅ Os Diluentes Usados Fazem Mal? Entenda os Cuidados
- ✅ Passo a Passo: Como Produzir Seu Próprio Óleo de Cannabis para Vape
🌿 Como Produzir Líquido de Cannabis para Vaporizador
O processo é relativamente simples e se baseia na diluição de concentrados de cannabis, como extrações de resina, utilizando uma combinação de diluentes e terpenos na proporção correta. A mistura é submetida a uma leve fonte de calor — como banho-maria ou micro-ondas — para atingir a textura e a fluidez necessárias, resultando em um líquido próprio para vaporização, com boa qualidade e desempenho.
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🔥 Materiais Necessários para Produzir Líquido de THC para Vaporizador
O primeiro e mais importante ingrediente para preparar seu juice de cannabis para vape é um concentrado de alta qualidade. É ele que será diluído para se transformar no líquido utilizado no seu cartucho (cart) ou tanque do vaporizador. Existem diferentes tipos de extrações, cada uma com características próprias. Abaixo, explicamos as mais comuns:
🧪 Tipos de Concentrados Utilizados:
🔸 Destilado
O destilado de cannabis é uma extração altamente pura e com textura mais fluida, o que permite, muitas vezes, que seja usado diretamente no vaporizador, sem diluição. No entanto, é comum adicionar terpenos para recuperar o sabor e ajustar a viscosidade, já que o processo de destilação remove completamente os terpenos naturais. Se optar por adicionar, use uma leve fonte de calor para garantir que a mistura fique homogênea.
🔸 Extração de CO₂
O óleo extraído via CO₂ supercrítico é muito valorizado no universo dos vaporizadores, pois é considerado uma extração limpa, livre de solventes. Dependendo do processo, pode ser utilizado diretamente no cartucho. Para resultados ainda melhores, é possível realizar um processo chamado winterização, que remove ceras e lipídios indesejados, deixando o óleo mais estável e adequado para vaporização.
🔸 BHO, Rosin, Live Resin, Shatter, Sauce e Outros
Todos esses tipos de extrações seguem um padrão semelhante quando o objetivo é transformá-los em líquido para vape. Por isso, no geral, são agrupados na categoria “BHO”.
✔️ Vantagem: Alta concentração de terpenos, oferecendo mais sabor e potência.
✔️ Recomendação: Realizar winterização ou dewax para remover ceras e lipídios vegetais, que podem afetar tanto o sabor quanto a qualidade da vaporização, além de causar entupimento no cartucho.
⚠️ Outro desafio é a possível cristalização do THC dentro do cartucho. Para minimizar esse problema, recomenda-se descarboxilar (decarb) o concentrado antes da mistura. Atenção: o processo de aquecimento pode degradar parte dos terpenos, por isso, alguns cultivadores optam por fazer uma descarboxilação parcial, preservando parte dos compostos aromáticos.

🔥 Tanque, Cartucho, Cart ou Cartridge: O Que é e Como Escolher?
O tanque — também conhecido como cart, cartridge ou cartucho — é o componente onde o líquido de cannabis diluído é armazenado para ser vaporizado. Ele se conecta a uma bateria, mod box ou dispositivo semelhante, que é responsável por gerar calor, ativando a vaporização do conteúdo.
⚙️⚙️ Por Que a Escolha do Cartucho é Importante?
A qualidade e o tipo de cartucho impactam diretamente na sua experiência de vape. Questões como:
- Desempenho na vaporização
- Sabor final
- E, principalmente, risco de entupimento
…estão diretamente relacionadas à viscosidade do líquido, ao material de construção do cartucho e à eficiência do sistema de aquecimento.
👉 Por isso, escolher um cart adequado é essencial para garantir uma experiência satisfatória e sem dores de cabeça.

🌟 Recomendação Profissional:
Para quem busca qualidade, segurança e melhor desempenho, os cartuchos de cerâmica do tipo CCELL são altamente recomendados. Eles oferecem:
- Aquecimento eficiente e uniforme
- Maior preservação do sabor
- Menor risco de entupimentos
- Durabilidade e segurança no uso
♨️ Onde Aquecer e Misturar o Líquido de Cannabis para Vape
Para transformar seu concentrado em um líquido adequado para vaporização, é necessário aplicar calor de forma controlada, geralmente através do método de banho-maria. Isso garante que a mistura dos componentes — concentrado, diluentes e terpenos — ocorra de maneira homogênea, preservando a qualidade do produto.
🔥 Opções Seguras para Aquecer:
- Fogão doméstico (com cuidado e controle constante da temperatura);
- Resistências aquecedoras (como de laboratório ou DIY);
- Aquecedor elétrico (opção mais segura, especialmente porque terpenos são inflamáveis);
- Micro-ondas (pode ser usado, mas requer muito cuidado para evitar aquecimento excessivo ou perda de terpenos).

💉 Seringas e Agulhas: Itens Essenciais para o Processo
- Utilize seringas entre 1 ml e 10 ml para fazer medições precisas dos componentes.
- Prefira seringas de vidro, pois o plástico pode reagir com os terpenos e alterar a qualidade do produto.
- As agulhas recomendadas são de 14 a 16 gauge (grossas) e, de preferência, sem ponta cortante, já que são usadas apenas para transferir o líquido, não para perfurar.

🥃 Recipiente para Mistura:
- Use recipientes de vidro, como um copo shot, béquer de laboratório ou qualquer recipiente de vidro resistente ao calor.
- ⚠️ Evite materiais de silicone ou plástico, pois, em altas temperaturas, eles podem reagir com os terpenos e os concentrados, comprometendo tanto o sabor quanto a pureza do seu líquido.

🧪 Utensílios e Diluentes para Produzir Líquido de Cannabis para Vaporizador
🛠️ Utensílio para Mistura:
Para misturar os componentes, você pode usar qualquer objeto de aço inoxidável ou vidro, materiais que não reagem com terpenos ou concentrados. Inclusive, a própria agulha da seringa já funciona muito bem para essa função!
💧 Diluentes: O Que São e Para Que Servem?
O papel dos diluentes é garantir que o líquido tenha a viscosidade adequada para o uso no cartucho, mantendo-se estável, sem separações ou entupimentos. Existem vários tipos disponíveis, cada um com características específicas:
🔸 PG – Propilenoglicol
- Um composto orgânico da família dos álcoois (diol).
- Bastante utilizado nas indústrias alimentícia, farmacêutica e cosmética.
- Tem excelente capacidade de solubilizar compostos e é considerado não tóxico.
- Proporciona boa fluidez ao líquido e ajuda na formação de vapor.
🔸 PEG – Polietilenoglicol
- Similar ao PG, porém com diferentes pesos moleculares.
- Os mais comuns são PEG 200, PEG 300 e PEG 400, onde o número indica a densidade.
- Usado para ajustar a viscosidade da mistura, garantindo estabilidade.
🔸 MCT – Triglicerídeos de Cadeia Média (também conhecido como TCM ou óleo de coco fracionado)
- É um derivado do óleo de coco, porém sem sabor e sem aroma, tornando-o neutro na mistura.
- Alternativa mais limpa ao óleo de coco tradicional, que pode deixar sabor característico da fruta.
- Proporciona boa fluidez e estabilidade na mistura.
🔸 VG – Glicerina Vegetal
- Usado com moderação, principalmente para suavizar o sabor dos glicóis.
- Devido ao seu alto peso molecular, pode gerar problemas como instabilidade na mistura e separação dos componentes, além de maior risco de entupimento.
- A recomendação é usar em baixíssimas quantidades ou até evitar, dependendo da fórmula.
🔸 Terpenos
- Funciona como diluente natural e aromatizante.
- Além de ajustar a viscosidade, os terpenos são responsáveis por fornecer aroma, sabor e perfil sensorial.
- Existem dois tipos principais:
- Terpenos de cannabis: extraídos diretamente da planta, entregam perfis aromáticos fiéis, mas possuem custo mais elevado.
- Terpenos não canábicos: derivados de outras plantas, são mais acessíveis e comuns no mercado.
- São altamente concentrados, portanto, devem ser usados em quantidades muito pequenas para evitar sabor excessivo e garantir equilíbrio na mistura.

❗ Diluentes no Óleo de Cannabis Fazem Mal? Entenda os Riscos à Saúde
É natural que haja uma preocupação crescente sobre a segurança dos diferentes diluentes utilizados na produção de óleos para vape, especialmente no universo da cannabis. Um estudo intitulado “Compostos de Carbonila Produzidos na Vaporização de Agentes de Diluição de Óleo de Cannabis” trouxe dados relevantes e acendeu alertas sobre o tema.
Os pesquisadores aqueceram diluentes comuns como Propilenoglicol (PG), Polietilenoglicol (PEG 400), Glicerina Vegetal (VG) e MCT até 230°C, simulando temperaturas que podem ser alcançadas durante a vaporização. O objetivo era avaliar a formação de compostos potencialmente tóxicos.
🔬 Resultados Importantes:
- PG e PEG 400 geraram altas concentrações de formaldeído e acetaldeído, ambos potenciais agentes cancerígenos.
- No caso do PEG 400, a emissão de formaldeído foi extremamente elevada, correspondendo a 1,12% do limite de exposição diária permitido, equivalente, segundo o estudo, à quantidade inalada ao fumar um cigarro.
- Isso é especialmente preocupante porque PG e PEG 400 são frequentemente usados em formulações de óleo de cannabis para vape.
O estudo reforça que mais pesquisas são necessárias, mas alerta para que consumidores, profissionais da área e legisladores considerem esses riscos ao escolherem diluentes ou elaborarem regulamentações.ores considerem esses riscos ao escolherem diluentes ou elaborarem regulamentações.
🔥 Passo a Passo para Produzir Óleo de Cannabis para Vaporizador
1️⃣ Aquecendo o Concentrado de Cannabis
Aqueça o seu concentrado até que ele atinja uma consistência líquida. O método mais seguro e eficiente é o banho-maria, pois permite o controle da temperatura.
- ⚠️ Atenção: THC e terpenos começam a se vaporizar por volta de 150°C, portanto, evite temperaturas mais altas para não perder compostos valiosos.


2️⃣ Calculando a Proporção de Diluente
A quantidade de diluente e terpenos necessária pode variar muito, dependendo da textura, tipo e pureza do concentrado.
- A proporção costuma variar entre 0,1 ml e 0,9 ml por grama, podendo chegar até 3 ml em casos de concentrados muito densos.
- Não existe uma fórmula fixa. A recomendação é começar com pouco diluente e adicionar aos poucos, conforme necessário, sempre com o auxílio do calor para facilitar a mistura.
💡 DICA:
- Utilize a seringa sem a agulha acoplada para fazer medições precisas. Se você medir com a agulha, parte do volume fica nela, o que pode gerar erros na quantidade real adicionada.
3️⃣ Como Fazer a Mistura Correta
- Com o concentrado já líquido, adicione os terpenos e diluentes lentamente, mantendo a mistura aquecida.
- Mexa bem até obter uma solução homogênea.
- Depois, deixe esfriar para verificar a viscosidade em temperatura ambiente.
- Se perceber que ficou muito espesso, aqueça novamente e adicione um pouco mais de diluente.
4️⃣ Enchendo o Cartucho do Vape
- Após atingir a textura ideal, puxe o líquido para uma seringa e preencha seu cartucho de forma cuidadosa.
- O processo é simples: apenas aspire o líquido e injete no tanque/cart.



⚠️ Problemas Comuns na Preparação e Como Resolver:
🌫️ Óleo Ficou Turvo:
- Isso indica a presença de ceras, lipídios ou impurezas vegetais no concentrado.
✔️ Solução: Faça um processo de winterização (remoção de ceras) ou dewax antes de iniciar a diluição.
❄️ Óleo Cristalizando:
- Se surgirem cristais no óleo ou no cartucho, é sinal de cristalização do THCA, que ocorre quando não houve descarboxilação adequada.
✔️ Solução: Realize o processo de descarboxilação parcial ou total do seu concentrado antes de misturar com os diluentes. Isso ajuda a estabilizar o THC na forma ativa e previne esse problema.

🚀 Conclusão:
Produzir seu próprio juice de cannabis para vape é totalmente possível e, quando feito corretamente, garante um produto de qualidade, com segurança e desempenho. Entretanto, entender a escolha dos diluentes, as proporções e os processos corretos (como winterização e descarboxilação) é essencial tanto para a qualidade do vapor quanto para a sua saúde.